A ÁFRICA ANTIGA

A ÁFRICA SAHELIANA

Esta expressão se refere à região abaixo do Saara, que se localiza do “chifre da África” (Somália) aos atuais Senegal e Mauritânia. A palavra de origem árabe Sahel significa borda ou margem.

AS CIDADES GÊMEAS DE DJENNÉ E TIMBUCTU

Por volta do século III a.C. surgiu a cidade de Djenné, no Delta do Rio Níger, no atual Mali. Pelo pouco que se conseguiu apurar até agora, seus habitantes cultivavam arroz, sorgo, painço e também cereais em áreas alagadas, além de produzirem cerâmica, jóias e metalurgia. Seu auge se deu a partir do século XIII, quando ocorreu a islamização da região e a cidade se tornou um grande centro comercial de ouro.

A cidade de Timbuctu foi fundada por tuaregues no século XII e se desenvolveu em parceria com Djenné. Com o tempo, Timbuctu se tornou um grande centro cultural do Sahel, com escolas corânicas e com a Universidade de Sonkare (Sankoré) e chegou a possuir cerca de 80 mil habitantes.

O REINO DE GANA

Surgiu por volta do século VIII, seu governo era teocrático e sua capital era Koumbi Saleh. Expandiu-se com a islamização e controlava as rotas de comércio de ouro, sal, almíscar, goma arábica, âmbar, etc. A introdução do camelo, que precedeu os muçulmanos e o Islã em vários séculos, trouxe uma mudança gradual no comércio e pela primeira vez os recursos da região puderam ser enviados ao norte e ao leste para populaçôes do norte da África, Oriente Médio e na Europa em troca de bens manufaturados.

O IMPÉRIO MALI

Entre os séculos XIII e XVI se desenvolveu o Império Mali, fundado por Sundiata Keita ou Mari Djata (O Leão de Mali). Sua riqueza vinha das minas de ouro e dos impostos cobrados sobre o comércio. Com a conversão ao islamismo, o poder dos governantes aumentou ainda mais. Seu rei mais poderoso foi Kango Mussa ou Mansa Musa (1312-1337) que expandiu o império, conquistando as cidades de Timbuctu, Takedda. Walata e Gao.  

CIDADES-ESTADOS DOS HAUÇÁS (MALÊS)

Originários dos Sudão Central, os hauçás se organizaram em cidades-estados localizadas na atual Nigéria a partir do século XI. Eram comerciantes habilidosos e logo se converteram ao islamismo. Sua decadência se iniciou no século XVI e depois foram conquistados e escravizados pelos peules que os venderam aos traficantes portugueses e por isso chegaram ao Brasil.

OS REINOS DO KONGO E DE NDONGO

O reino do Kongo ocupava territórios dos atuais Congo e Angola e sua capital era a cidade de Mbanza. O reino de Ndongo ficava mais ao sul. Os dois reinos possuíam o mesmo tipo de organização política, social e econômica. A nobreza controlava a agricultura, a pecuária e o comércio e utilizava trabalho escravo. A chegada dos portugueses deu início à desestruturação dos dois reinos, que passaram a praticar o cristianismo, a adotar nomes portugueses, a imitar o estilo da monarquia portuguesa e expandir a escravidão.

OS REINOS DA GUINÉ

A partir da região do Golfo da Guiné se desenvolveram vários reinos importantes como os iorubas, ibos, adjas e askans. Os iorubas ou nagôs, que viviam no sudeste da atual Nigéria e também no atual Benin, desenvolveram cidades como Oio e Ifé e muitos deles vieram como escravos para o Brasil. Destacam-se ainda os reinos de Daomé e Ashanti, que enriqueceu com o tráfico de escravos.

OS REINOS DO ZIMBÁBUE

O povo chona criou vários reinos ao sul do Rio Zambeze, onde hoje se localizam Moçambique e Zimbábue, que disputavam entre si o controle do comércio de cobre e marfim. No início do século XV, os chonas (shonas) construíram grandes palácios de pedra, cujo mais importante é conhecido como Grande Zimbábue. Com a chegada dos portugueses vieram a decadência e a expansão da escravidão.